No nascer do ano novo, ele se encontra Entre luzes de Natal e luzes da cidade Ele anseia por uma luz que o acalme Na ponte, onde a noite é sua tarde. A solidão o cerca, a angústia o invade Ao seu lado, uma alma igualmente perdida Por paz também anseia Juntos, compartilham o peso da escuridão Encontrando conforto no calor do abraço fugaz. Na noite de transição, encontram esperança O suicida e a prostituta, lado a lado Nos olhos cansados, a luz que os alcança Na compaixão mútua, o fio de um novo fado. No último suspiro do ano que se esvai Agarram-se à vida, à promessa do amanhecer Cientes de que, juntos, podem encontrar A luz que os conduzirá para longe do escurecer Se saltam na noite ou seguem o dia.