Jardim dos Deleites Carnais
Publicado em: 14 de Outubro, 2025
Eu gosto quando o vento bate em meu rosto,
Ele seca minhas lágrimas de agosto.
Terra da garoa,
Mas a chuva sempre é pouca.
Ela molha meu jardim,
Assim como molho sua boca,
Boca essa que usa "te amo" como vírgula.
Em contrapartida, devolvo pontos.
Já em setembro,
Esqueço o que plantei,
Mesmo não querendo, lembro.
Quando te chamei,
Eu me sentei,
E chorei.
Já em dezembro,
O pólen não foi colhido,
Será para sempre?
Ou apenas foi perdido?
Chega verão,
Mas já não há mais sóis,
Nem mais domingos,
Pois, por agora,
Os demônios cantam canções de amor.